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Ferrugem e Osso
Quando me sentei na cadeira da sala de cinema para ver o filme não sabia o que me esperava e não tinha qualquer expectativa. Por vezes é melhor assim. A mente pré-preparada pode levar-nos a não apreciar a obra como deve ser. Um exemplo: se soubermos que o filme trata de homofobia e formos contra a hbomofobia, poderemos de antemão deixar a nossa mente menos preparada para ver todos os lados da história, ou mesmo deixar de ver a mensagem que nos queriam passar.
Ferrugem e Osso é uma história muito poderosa. Bonita. Triste. Por vezes também feia. É uma história de amor pouco comum. É também sobre a sobrevivência mas muito sobre o amor. Mas acima de tudo é sobre pessoas. Quem são as pessoas quando se lhe depara algo ou alguém diferente? Como reagem? Como se sobrevive à diferença? Como se sobrevive à angustia? E à dor? Como se faz para voltar a gostar, a viver, a ser gente? Aceitamo-nos? Aceitam-nos? Perguntas. Tantas perguntas. Na manhã seguinte ainda fazia perguntas.
Saí da sala com o nó na garganta e um aperto no estômago. Apetecia-me gritar. Foi como se tivesse trazido um pouco daquela angustia comigo.
Na manhã seguinte o meu primeiro pensamento foi para a história que entretanto ainda me estava a moer por dentro.
Não vou colocar sinopse para não ser spoiler. Vão ver, onde quer que possam.
Um filme de Jacques Audiard