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As consequências do Amor de Paolo Sorrentino
De principio tudo parece fazer sentido. Depois há um momento em que algo nos escapa na narrativa e perdemos o pé. Depois tudo é explicado e passa tudo novamente a fazer sentido.
Um homem solitário, com a aparência de um sério homem de negócios que não é mais que um toxicodependente que não acha que o seja, envolvido em negócios com a Cosa Nostra. Apesar da timidez e do esforço que faz para passar o mais despercebido possível acaba por se apaixonar pela empregada do hotel onde vive.
Não será um filme de eleição, mas recomendo mesmo assim, pois aparecem algumas ideias interessantes para pensar no decorrer da narrativa e o tipo de filmagem é diferente do habitual , pelo que pode ser uma experiência interessante.
Um filme de Paolo Sorrentino
Ferrugem e Osso
Quando me sentei na cadeira da sala de cinema para ver o filme não sabia o que me esperava e não tinha qualquer expectativa. Por vezes é melhor assim. A mente pré-preparada pode levar-nos a não apreciar a obra como deve ser. Um exemplo: se soubermos que o filme trata de homofobia e formos contra a hbomofobia, poderemos de antemão deixar a nossa mente menos preparada para ver todos os lados da história, ou mesmo deixar de ver a mensagem que nos queriam passar.
Ferrugem e Osso é uma história muito poderosa. Bonita. Triste. Por vezes também feia. É uma história de amor pouco comum. É também sobre a sobrevivência mas muito sobre o amor. Mas acima de tudo é sobre pessoas. Quem são as pessoas quando se lhe depara algo ou alguém diferente? Como reagem? Como se sobrevive à diferença? Como se sobrevive à angustia? E à dor? Como se faz para voltar a gostar, a viver, a ser gente? Aceitamo-nos? Aceitam-nos? Perguntas. Tantas perguntas. Na manhã seguinte ainda fazia perguntas.
Saí da sala com o nó na garganta e um aperto no estômago. Apetecia-me gritar. Foi como se tivesse trazido um pouco daquela angustia comigo.
Na manhã seguinte o meu primeiro pensamento foi para a história que entretanto ainda me estava a moer por dentro.
Não vou colocar sinopse para não ser spoiler. Vão ver, onde quer que possam.
Um filme de Jacques Audiard
Clube de Dallas de Jean-Marc Vallée
A temática do filme é complicada de definir porque são várias as mensagens que vão surgindo no decorrer da história. Percebemos que se trata de um filme sobre homofobia, drogas, HIV e sobre os grandes grupos económicos e a industria farmacêutica. Acho que era este último o foco do realizador mas com o avançar do filme o que me passa mais pelos olhos e pelos restantes sentidos é a questão da homofobia ainda tão enraizada no nosso mundo, em pleno século XXI. Este filme é quase de época, passa-se nos idos anos 7o mas poderia bem ser por agora. Acho eu, pelo que observo pelo mundo,que ainda há muita gente homofóbica, mesmo que o não admitam. E também que há ainda muita gente pouco informada sobre o HIV. Sobretudo jovens, o que é até um contrasenso atendendo a que nunca como agora eles tiveram um acesso total a uma quantidade enorme de informação através da internet e restantes meios de comunicação disponíveis.
Achei apesar de tudo, o filme comprido demais, fazendo com que se torne chato e se acabe por perder alguma da atenção despertada no início.
De destacar a brilhante performance do Jared Leto. Muito bom num papel difícil de fazer.
Um filme de Jean-Marc Vallée
Coração de Leão de Dome Karukoski
Este não é um filme que nos passe ao lado. O racismo, a xenofobia, o preconceito e o seguidismo. Tudo isto ainda é realidade em muitos lugares do mundo. O mais assustador é que pode estar à nossa porta e um dia entrar na nossa vida.
Eu gosto dos filmes em que a mensagem mais importante é "pensa por ti". E neste é também essa a mensagem mais importante. Mais importante do que moralizar e levar-nos a ser contra ou a favor da realidade mostrada. Pensa por ti. Observa e vê.
Não vai ser fácil encontrar este filme por aí mas se o virem, não deixem de aproveitar.
Vale muito, muito a pena.
Um filme de Dome Karukoski
O Rapaz do Pijama às Riscas de John Boyne
Este livro foi um daqueles que me fizeram saltar as emoções por todos os lados. Depois mais tarde vi o filme e na minha opinião o filme é muito bom. Posso dizer que não ficou nada atrás do livro.
Uma familia alemã, vai viver para um campo de concentração, porque o pai foi nomeado para trabalhar lá. Têm um filho pequeno que se torna amigo de um judeu que vive do lá de lá... Não conto mais porque quem não viu deve ver. A amizade, mais forte que tudo, sobretudo a das crianças, que são ainda a inocência que vai amenizando o mundo.
Aconselho vivamente o livro e o filme.
Sinopse da Wook:
Um filme de Mark Herman
Ensaio sobre a Cegueira
E se de repente deixassemos todos de ver? Como seria a nossa vida? As nossas relações? O nosso trabalho? A vida quotidiana? Como seria aprender? Ler? Continuaria a haver cinema? Comeriamos o mesmo? Como seria ter filhos?
Tantas perguntas a bater-me nas esquinas do cerebro...
A mestria de José Saramago na escrita não foi nunca ultrapassada pelo Fernando Meirelles na realização. Mesmo que a imagem valha por mil palavras e sem desprimor do realizador a verdade é que a riqueza da escrita contida nas 300 pagínas do livro não cabe em 121 minutos de filme.
A ver. Eu já vi e já li.
Um filme de Fernando Meirelles
Como não estava a conseguir escolher facilmente (e rápidamente) o primeiro filme para postar, decidi fazer uma lista de filmes que vi nos últimos anos recorrendo apenas à memória. Já vou no filme 172º, and counting... Não consegui ultrapassar a dificuldade com este método, asim resolvi pôr já em prática uma ideia que em tempos me pareceu de explorar. Assim, vou postar filmes inspirados em livros de que gostei. Tenciono fazer agora uma série de cinco e depois, mais tarde voltar ao tema.
Para começar: The unbearable lightness of being - A insustentável Leveza do Ser
Um filme de Philip Kaufman