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livros #6

por cineteratura100mg, em 20.06.14

Minto até ao dizer que minto, de José Luis Peixoto

 

 

Por muito tempo que passe e por muito que leia outros autores, vou sempre admirar muito a escrita de José Luis Peixoto.  A simplicidade com que escreve é tanta que me deixa sempre espantada com a sua capacidade de moldar as frases mais simples e fazer delas autênticas obras de arte. Não conheço mais ninguém que seja capaz de usar as palavras assim. Também é único, a meu ver, que consegue usar pontos finais antes da frase parecer ter acabado e tudo continuar a fazer sentido.

 

Ainda me faltava este titulo na minha colecção. Agora já tenho toda a obra em prosa e quase toda a poesia. 

 

Só tenho pena que esta leitura me tenha demorado menos de 24 horas. De resto, fui feliz quando entrei na livraria da Estação de S. Bento esta quarta-feira.

 

 

 

Sinopse da wikipédia:

Minto até ao dizer que minto um conto inédito, lançado exclusivamente com a revista Visão. O conto trata de dois personagens centrais perdidos numa Lisboa deserta de lisboetas e repleta de turistas. O narrador tem uma ideia literária brilhante e rapidamente faz os preparativos para a pôr em prática. O resultado desta ideia que, segundo ele, ia abalar o mundo, fica para cada um descobrir por si próprio.

 

 

 

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livros #1

por cineteratura100mg, em 11.04.14

Não houve uma escolha reflectida para este livros #1. Tinha que escolher uma obra de entre tantas de que gosto para ser a primeira. O José Luis Peixoto tem outros livros de que que gosto muito e tenho também outros escritores, portugueses e não só, na minha colecção dos livros e autores de que gosto muito. Era no entanto necessário começar por algum lado, portanto começo por este, que foi um dos que mais gostei de ler num passado próximo. Talvez seja um dos meus preferidos do JLP, não só pela mestria da escrita mas também pela ternura implícita na história.

 

Mais abaixo, são dois textos meus sobre o JLP escritos em 2009. Nesse ano tornei-me seguidora do JLP para sempre. O "para sempre" já não se usa muito. Nestes dias loucos ciberespaciais o "para sempre" pode querer dizer um dia, dois, três semanas ou pouco mais. Mas digo-o na mesma com a certeza de que na minha vida há coisas que entram e não podem sair, simplesmente porque são demasiado boas para as deixar sair. A escrita do JLP é algo que depois de entrar não devemos deixar sair. Há tanta humanidade e ternura nas suas palavras que é impossível ficar indiferente. Eu sinto-me automáticamente trasportada para dentro delas.

 

"Há muito que me tornei uma seguidora fiel da escrita de Jose Luis Peixoto. Verdadeiramente desde o primeiro livro que li (Cal) que nunca mais deixei de procurar os seus livros e devorá-los, sim é mesmo essa a palavra, devorá-los. Desejar que o sono não venha para poder terminar, fazer noitadas e acordar de olhos inchados. Chorar. Rir. Imaginar os mundos que ele descreve, entrar dentro das personagens que ele cria. Tentar entrar um pouco no riquissimo mundo interior do escritor."

 

"Terminei mais um livro de um dos meus autores preferidos de todos os tempos: José Luis Peixoto. Este livro, Cemitério de Pianos, é talvez uma das melhores obras do José Luis peixoto na minha opinião. Conta a história de uma familia igual a tantas outras e no entanto diferente de tantas outras familias, unica, fala das suas dores, dos seus problemas familiares, dos sentimentos, dos anseios e angustias. Conta de forma simples mas sem duvida maravilhosa o que se passa dentro de cada uma destas personagens. Consegue com a sua escrita transportar-nos para dentro do livro. É tão verdade isto, que durante toda a leitura eu visualizei as pessoas, as casas, os vestidos, os objectos, as ruas, foi como se estivesse lá. Recomendo vivamente a leitura deste livro tão belo, tão humano, tão cheio de sentimento."

 

 

 

sinopse retirada da wook

Numa Lisboa sem tempo, entre Benfica e o centro, nascem, vivem, sonham, amam, casam, trabalham e morrem as personagens deste livro. No ventre de uma oficina de carpintaria aninha-se o cemitério de pianos, instrumentos cujo mecanismo, à semelhança dos seres que os rodeiam, não está morto, encontrando-se antes suspenso entre vidas. Exílio voluntário onde se reflecte, se faz amor, lugar de leituras clandestinas, espaço recatado de adúlteros, pátio de brincadeiras infantis e confessionário de mortos, é o espaço onde se encadeiam gerações.

Os narradores – pai e filho –, em tempos diferentes, que se sobrepõem por vezes, desvendam a história da família, numa linguagem intercalada de sombras e luz, de silêncio e riso, de medo e esperança, de culpa e perdão. Contam-nos histórias de amor, urgentes e inevitáveis, pungentes, nas quais se lê abandono, violência doméstica e faltas nem sempre redimidas que, no entanto, acabam por ser resgatadas pelo poder esmagador da ternura e dos afectos. Falam-nos de morte, não para indicar o fim, mas a renovação, o elo entre as gerações e a continuação: o pai – relação entre dois Franciscos, iguais no nome e no destino, por um gerado, do outro genitor – nasce no dia da morte desse primeiro Lázaro; o filho, neto do seu homónimo, morre no dia em que a sua mulher dá à luz.

José Luís Peixoto oferece-nos um texto mágico, no qual se cruzam, numa interacção fluida, diálogos cúmplices com a grande tradição da literatura portuguesa e universal

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